Afinal, existem empreendedores que não querem crescer e/ou expandir seu negócio? Ou essa crença é apenas um mito?
Para refletir sobre esse assunto, nós entrevistamos o nosso CEO, Moisés Nóbrega. Durante a conversa, ele contou que a vontade de crescer é inerente a todo empreendedor. No entanto, existem alguns que estagnaram ou optaram momentaneamente por não dar um passo de crescimento devido a circunstâncias diversas. Entre elas, Moisés elenca falta de visão, ferramentas, conhecimento, recursos, tempo e outras situações pontuais.
Nosso CEO também falou dos possíveis riscos de querer manter o negócio no mesmo nível, sobretudo devido aos constantes avanços tecnológicos que colocam o mercado em permanente mobilidade. Para Moisés, não só é perigoso, como também uma questão de “vida ou morte” do empreendimento. Ou seja, parar não é um verbo que se conjuga no mundo do empreendedor. Citou exemplos de grandes empresas e de como a estagnação é sinônimo de mortalidade, sobretudo para os pequenos negócios.
Confira a entrevista na íntegra:
1) Moisés, existem empreendedores que não querem crescer e/ou expandir seu negócio? Se eles são reais, são a maioria?
Sinceramente, eu não acredito que há empreendedores que não querem expandir o seu negócio. Todos almejam crescer e prosperar. Não conheço ninguém que não queira. No entanto, há uma diferença entre querer prosperar e ter atitudes e ações para isso. O que pode acontecer é que alguns não têm ideia do potencial que possuem, ficam inertes e, por isso, podem ser taxados como aqueles que não querem expandir.
Mas tem aqueles que têm consciência da situação que estão e não querem expandir naquele momento. Entendem que essa expansão sem antes “arrumar a casa” pode expô-los ao risco da ruína, afinal, se você encontra dificuldade para gerir uma empresa de tamanho 2x e ela expande para um tamanho 4x sem estrutura, a tendência é que o resultado seja trágico. É como construir um prédio sem os devidos alicerces. À medida que você vai crescendo, as chances aumentam desse prédio vir à ruína. Então, esses empreendedores, porque desenvolveram a maturidade necessária para fazer a leitura do seu negócio e do mercado, entendem que precisam dar um passo atrás para dar dois à frente. Esses, por sua vez, são os mais propensos a seguirem crescendo.
2) Mas, eu insisto, existe empreendedor sem ambição?
Primeiro quero recordar que muitos empreendedores iniciam um negócio apenas pelo cunho financeiro. Eu entendo que todo negócio tem um propósito. Acredito que os negócios que não se sustentaram são aqueles que, dentre outros fatores, não tinham um propósito claro e, quando não se tem isso claro, as chances são grandes de que diante de qualquer desafio, ele desanime, desista, e seja vencido por aquele cenário adverso.
Depois, vale a pena refletir sobre a palavra “ambição”. Se formos olhar no dicionário, temos dois significados para ambição que eu os considero distintos:
“sua a. abriu-lhe as portas da alta sociedade”
Gean, tem muito empresário que se contentou com aquele status que ele chegou. Ótimo. Cada um decide o que quer. Só interpreto que ele chegou naquele patamar e parou porque lhe faltou ferramentas, conhecimento, recursos, tempo ou energia. Se ele tivesse isso, não teria parado; continuaria ambicioso por alcançar determinados objetivos. Faço o paralelo com um atleta corredor de maratona: por quê o que ganhou o ouro na Olimpíada, quatro anos depois volta a competir novamente, se já conseguiu a medalha de ouro? A resposta é óbvia: ele quer ser bicampeão olímpico. Ele só não estará lá se estiver contundido, envelhecido demais, sem patrocínio para treinar, etc.
Por fim, eu custo a acreditar que o ser humano foi feito para ter saciedade. Eu sou cristão e acredito que saciedade plena só em Cristo. Deus nos disse para crescer e multiplicar, arar a terra e dela comer do seu fruto, viver uma vida abundante aqui para o lugar que ele fez e deu aos filhos dos homens. Então, a falta de ambição, no meu entendimento é, na verdade, uma deturpação do que considero ser o conceito real: “anseio veemente de alcançar determinado objetivo, de obter sucesso; aspiração, pretensão”.
Em resumo, acredito que os principais motivos para falta de ambição é o desconhecimento da sua própria capacidade de realizar.
3) Quais os riscos em querer manter o negócio no mesmo ‘nível’?
Todos. Com a escala de velocidade de inovações tecnológicas que está acontecendo, manter o negócio no “mesmo nível” é sinônimo de obsolescência, o que resultará em falência.
O mercado está cheio de grandes empresas para nos mostrar isso (casos mais citados: Kodak, Blockbuster, etc). Agora você imagina como ficam os pequenos negócios? Grandes empresas têm capital para inovar, então dependem muito da mentalidade dos seus líderes. Mas os pequenos não possuem capital. No entanto, inovação não necessariamente precisa de dinheiro. Óbvio que ele ajuda e acelera, mas não é fator limitador. Inovação é a capacidade de gerar nota fiscal, segundo Murilo Gun. Então, qualquer coisa que você faça na sua empresa que aumente a saúde do seu caixa, você já está inovando. O que o empreendedor precisa é não parar. Precisa inovar sempre.
Inovação não é tecnologia, como muitos associam. É além da tecnologia.
4) Nós falamos de empreendedores que estão satisfeitos com o nível atual do seu negócio e outros que querem crescer e/ou expandir mas, por causa do contexto de desafios, acreditam que não é um bom momento para avançar. Uma consultoria de gestão pode ajudar estes dois perfis?
A gestão é a mola propulsora para o crescimento. Os que “não querem crescer”, sequer passa em suas cabeças “melhorar a gestão”. Mas eu insisto no ponto de que todos querem, porém não sabem que precisam. Steve Jobs falava: ‘o cliente não sabe o que quer até você chegar e mostrar a ele. Então ele perceberá que precisa’.
Nessas horas em que o empreendedor não sabe o que fazer para sair da inércia ou mesmo crescer, é o momento em que um especialista pode ajudá-lo. E aí entra a consultoria de gestão. A consultoria tanto fornece subsídio técnico para resolver soluções práticas e com resultados comprovados, como atua transformando a mentalidade do empreendedor para o novo patamar que ele pode alcançar e quais habilidades e competências ele deve adquirir para ter sucesso no próximo nível que a consultoria irá levar o seu negócio.